Se você gosta de praticar e assistir esportes artísticos, provavelmente já conhece a brilhante carreira da ex-ginasta romena Nadia Comăneci, uma lenda da ginástica artística que se destacou das demais por sua execução impecável nas pistas de solo. Ela foi a primeira ginasta a receber dez pontos em uma competição olímpica. Ela também ganhou nove medalhas olímpicas, cinco delas de ouro, doze no Campeonato Europeu, onde foi tricampeã na competição individual geral, e quatro no Campeonato Mundial.
Após sua aposentadoria, a ex-ginasta continuou envolvida com o esporte pertencendo a associações e federações, criando sua própria academia nos Estados Unidos, onde também obteve nacionalidade, e colaborando para a revista Ginasta Internacional junto com seu marido, o ex-ginasta Bart Conner. Se você se interessa pelo mundo da ginástica artística e quer saber mais sobre uma das grandes lendas desta disciplina, continue lendo para descobrir 10 fatos interessantes sobre sua vida pessoal e profissional.
1. Onde e quando nasceu Nadia Comăneci?
A ex-ginasta nasceu em 12 de novembro de 1961 em Onesti, cidade da Romênia onde cresceu com os pais até se mudar para os Estados Unidos após o sucesso que a ginástica artística lhe trouxe e devido à situação do regime comunista que se instaurava em seu país natal. Com apenas nove anos de idade, ela começou a se interessar pela disciplina da ginástica e rapidamente se juntou à equipe de ginástica artística de sua cidade, equipe com a qual competiu em nível nacional de 1970 até que seu treinador, Bela Karolyi, começou a instruí-la individualmente.
Recentemente, aos 60 anos, ele recebeu a cidadania americana. Além de ser uma grande atleta, ela tem valores com os quais se compromete, como a promoção do esporte entre mulheres e pessoas com deficiência.
Durante seus primeiros anos como ginasta, ela recebeu um treinamento rigoroso, pois Bela Karoli acreditava que meninas entre 12, 14 e 16 anos poderiam atingir níveis mais altos no esporte do que mulheres mais velhas. Esse treinamento rigoroso fez de Nadia a mulher que ela se tornou hoje.
2. Qual foi o primeiro sucesso do ex-ginasta?
Nadia mergulhou de cabeça na ginástica artística após conhecer o homem que seria seu mentor por anos, Béla Károlyi, treinador de grandes estrelas artísticas como Ecaterina Szabo e Maria Lou Retton. Foi aos treze anos que a ex-ginasta conquistou três medalhas de ouro e uma de prata no Campeonato Europeu de Ginástica, realizado na Noruega em 1974. Esse foi o primeiro de muitos sucessos que a ex-ginasta desfrutou durante seu período ativo.
3. Você sabia que uma agência de notícias a nomeou atleta do ano em 1975?
Em 1975, após ter superado a ginasta soviética Liudmila Turishcheva e se tornar a vencedora na classificação geral individual das competições pré-olímpicas de Montreal, a ex-ginasta foi eleita atleta do ano pela agência de notícias americana Imprensa associada. Um ano depois, ela continuou suas conquistas em Montreal, onde se tornou a primeira ginasta a obter nota 10 na nota do júri.
4.Por que o governo romeno colocou você sob vigilância depois de seu excelente desempenho em Montreal?
Após seu sucesso em Montreal em 1976, a ex-ginasta retornou à sua cidade natal para comemorar a alegria da vitória com seus entes queridos. Foi nessa época que o presidente do governo comunista romeno, Nicolae Ceausescu, elogiou a ex-ginasta dando-lhe um carro, uma casa e uma série de luxos que eram secundários para ela.
Nadia só queria continuar treinando e competindo para atingir seus objetivos na ginástica artística. A figura de Nadia foi uma ferramenta de propaganda do governo comunista de Ceausescu, que finalmente acabou exercendo o controle máximo sobre a ex-ginasta em 1981, quando ela já estava aposentada. Sete anos depois de ser submetida a um controle abusivo, a ex-ginasta decidiu fugir a pé para a Hungria e depois para a Áustria, de onde finalmente pegaria um avião para os Estados Unidos, onde se estabeleceria definitivamente e pôde desfrutar de sua liberdade sem pressão ou estresse.
5. Quando Nadia Comăneci se aposentou?
Em 1980, após competir nos Jogos Olímpicos de Moscou, a ex-ginasta pendurou as luvas e disse adeus às competições de alto nível. Sua última participação competitiva foi apenas um ano depois, no Campeonato Mundial Universitário realizado na capital romena, Bucareste, onde Nadia ganhou cinco medalhas de ouro.
Após sua aposentadoria, a ex-ginasta não deixou o mundo do esporte de lado e fundou diversas academias de ginástica e lojas de equipamentos esportivos e começou a publicar artigos para a revista americana Internacional Ginasta. Ela também ocupou os títulos de Vice-Presidente do Conselho das Olimpíadas Especiais, Presidente Honorária da Federação Romena de Ginástica e Embaixadora Esportiva da Romênia, entre outros.
6. Com qual ex-ginasta famosa Nadia Comăneci se casou?
A ex-ginasta se casou com o também ginasta americano Bart Conner, grande profissional da ginástica artística que se tornou campeão olímpico em 1984 e campeão mundial nas barras paralelas em 1979. Eles se conheceram na Copa América realizada em Nova York em 1976. Na época, ela tinha 14 anos e ele 19, e daquele primeiro encontro eles mantiveram uma longa e linda amizade até se casarem em Bucareste, Romênia, em 1996. Após o casamento, eles se mudaram para Oklahoma, Estados Unidos, e começaram a desenvolver vários projetos juntos, entre os quais se destaca a Academia. Canto de Ginástica. Em 2006, o casal teve um filho chamado Dylan Jean.
7. Quando o ex-ginasta foi comentarista esportivo?
Foi em 2004 que Nadia começou sua carreira como comentarista nos Jogos Olímpicos de Atenas para a rede de televisão mexicana Televisa. Na edição seguinte dos Jogos Olímpicos, realizada em Pequim, ele continuou como comentarista do mesmo canal e fez um trabalho muito profissional captando a atenção dos espectadores naquela que era sua disciplina: a ginástica artística. Nas Olimpíadas de Londres de 2012, ele também atuou como comentarista do mesmo esporte.
8.Qual é o nome do livro do ex-ginasta?
Foi em 2003 que Nadia publicou seu primeiro livro, Cartas para uma jovem ginasta, onde além de relatar alguns dos seus feitos mais representativos no universo da ginástica artística, também promove valores como dedicação, esforço e paixão para jovens ginastas que decidem se aprofundar na disciplina. Em uma entrevista que deu em 2010, Nadia disse que a paciência é uma das chaves para o sucesso em um esporte que exige tanta tenacidade e esforço quanto a ginástica.
9. Você sabia que a ex-ginasta participou de fundações beneficentes em diversas ocasiões?
Além de ter criado uma clínica beneficente para ajudar crianças órfãs em seu país de origem, a ex-ginasta também é membro fundadora da Fundação Laureus, que, além de combater grandes problemas sociais, como sedentarismo e obesidade infantil, também promove o esporte para pessoas em situações desfavorecidas. A ex-ginasta, que visitou a Espanha em 2008 para promover as Olimpíadas Especiais, colabora em vários projetos da fundação.
Ninguém se comove com causas beneficentes, como fazer ginástica com crianças deficientes no hospital de Bucareste que leva seu nome.
10. Você sofreu maus-tratos por parte dos seus treinadores?
Apesar de sempre ter sido grata pela dedicação com que seu treinador, Béla Károlyi, e sua esposa, Marta Károlyi, treinavam a ex-ginasta, Nadia confessou em diversas entrevistas censuradas na década de 1970 que o tratamento que ela e seus colegas recebiam do casal era tudo menos saudável: eles os obrigavam a treinar incansavelmente, controlavam milimetricamente tudo o que comiam e os espancavam se os resultados não fossem os ideais. Uma situação difícil que, assim como o regime comunista, acabou prejudicando a saúde mental da ex-ginasta.
Apesar de ter sofrido as duras condições do regime comunista de Ceausescu e de ter passado por episódios traumáticos devido aos maus-tratos de seus treinadores, a ex-ginasta conseguiu reconstruir sua vida e curar feridas graças à sua família e a projetos pessoais. Não há dúvidas de que Nadia Comăneci foi, é e sempre será uma grande lenda da ginástica artística, tendo inspirado homens e mulheres a lutar por um esporte que não é apenas difícil, mas também muito gratificante.